Vira e mexe precisamos testar o tempo de algo que roda em linha de comando, seja uma requisição através de cURL ou algum scripts/aplicação que construímos.
O jeito mais simples e onipresente nas interfaces de linha de comando do Linux é o time. Ele executa o comando passado para ele através de parâmetro e diz qual foi o tempo de execução:
Resultado da execução do time |
O time pode ajudar muito, principalmente quando queremos comparar escalas de tempo muito diferentes, por exemplo uma mudança de código que mudou o tempo de execução de 1s para 100ms. Porém como a medida pode variar muito de execução devido a diversos fatores (cache, resolução de DNS, etc) testar apenas uma única vez pode não trazer resultados muito acurados, pois não temos tempo médio nem a variância do tempo. Para isso encontrei uma outra aplicação chamada hyperfine.
O hyperfine executa diversas vezes o comando e traz algumas estatísticas completas da execução, testando com o mesmo script que usamos acima temos:
No resultado acima já podemos ver com mais precisão o que aconteceu. Vimos que o script rodou com o tempo de 44.9ms com o desvio padrão de 4.5ms, além do teste de menor tempo e maior tempo. Outro ponto que foi alertado para nós é que a primeira execução levou o tempo 71.3ms, possivelmente por algum cache na hora de carregar o arquivo em disco na primeira vez, o que também poderia acontecer ao fazer requisições e afins (como falei, podemos ter caches de DNS sendo esquentados e muitos outros fatores de I/O). Para ajudar nisso podemos rodar o hyperfine com um parâmetro que faz executar algumas vezes o processo antes de efetivamente iniciar a contagem, "esquentando" assim o nosso ambiente:
Como agora esquentamos melhor o ambiente a variância diminui bastante e temos uma visão mais realista do tempo de execução.
Estes são apenas alguns pontos básicos de como o hyperfine pode ajudar em benchmarks de ferramentas de linha de comando, no seu repositório é possível encontrar muitas outras funcionalidades, como parametrização de entrada do comando, execução de comandos de preparação para cada teste (as vezes queremos justamente testar o tempo sem caches, ai podemos limpar antes) e muito mais.
O mais importante neste ponto não é a ferramenta utilizada em si, mas a busca por métricas que possam embasar melhor nossas decisões.
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